Monday, August 13, 2007

João Afonso - Stº Antão (ll)

JOÃO AFONSO STº ANTÃO (II)


Como referimos no número 323 do mês de Novembro de 2003 deste jornal, o problema da estrada irá permitir o desencravamento dessa localidade, frequentada por turistas, embora de passagem. Essa atracção poderá ajudar a desenvolver a referida localidade, conjuntamente com a sua potencialidade agrícola, assim como as indústrias do fabrico de aguardente da cana sacarina e seus derivados. E, com o desencravamento, a permitir uma maior circulação de pessoas e bens, facilitará o escoamento dos produtos agrícolas, melhoramento das habitações, assim como a introdução das novas tecnologias agrícola. Os canais e sistema de rega, vão beneficiar-se - porque os caudais estão a diminuir-se e em certos lugares já estão a transformar-se em sequeiro. Ainda poderá ter a possibilidade de obter água de furo, através da utilização das novas tecnologias, visto que os caudais estão a escassear-se como referimos a trás.
A população de João Afonso é conhecido como um povo lutador, com pequenos negócios, a fabricação de aguardente, mel, licores, etc., e primando pela sua qualidade, em fim, procurando estabilizar-se na própria zona, assim como fora da Ilha e na diáspora. Estes têm contribuído para melhorar a qualidade de vida dos familiares, tendo em conta as dificuldades da própria Ilha, uma vez que a vida da agricultura não é fácil como parece, principalmente nos tempos pouco chuvoso em que o custo de vida é muito superior em relação aos rendimentos, tanto é que nos meses de Agosto, Setembro e Outubro, em que os agricultores passam por grandes dificuldades económicas, devido a execução dos trabalhos agrícolas, nessa época. Nas áreas de regadio, apesar de possuir praticamente a monocultura da cana sacarina, verifica-se algumas tentativas em diversificá-la, nomeadamente como o cultivo da hortaliça, bananeira, entre outros, apesar das escassez de água que já referimos, e das pragas de mil pés e a mosquinha branca. Esta última (a mosquinha branca) que assola a agricultura nessa Ilha, ataca todas as plantas e destruindo os coqueiros, a mandioca, etc., produto esse, uma das principais fontes de alimentação e de rendimento.
Um outro assunto que poderíamos referir, entre outros, é o melhoramento das habitações no âmbito da luta contra pobreza, mas poderemos falar disso numa outra oportunidade.

S. Vicente 20 de Dezembro de 2003
miradaniel2003@yahoo.com.br
Daniel Miranda A. Gomes – Bela Vista (Daniel Miranda)

Wednesday, August 1, 2007

REPÚBLICA DE CABO VERDE



SITUAÇÃO GEOGRÁFICA


Cabo Verde Situado a 445 km da costa ocidental africana, mais precisamente entre os paralelos 15 e 17 de latitude Norte, o arquipélago de Cabo Verde, é de origem vulcânica e tem uma superfície de 4033 quilómetros quadrados.
MOEDAS E CÂMBIOS
O Escudo cabo‑verdiano é convertível e a sua cotação estabelece‑se a partir de um cabaz onde entram o dólar e o euro. Pode‑se obter o Escudo cabo‑verdiano a partir de qualquer moeda conversível nas várias agências do Banco Comercial do Atlântico espalhadas por todas as ilhas e na Caixa Económica de Cabo Verde. O Banco pode desenvolver operações internacionais mais complexas, pois está ligado a uma importante rede de congéneres europeias, americanas e africanas

Tuesday, July 31, 2007

RIBEIRA GRANDE - SANTO ANTÃO


ILHA DE SANTO ANTÃO



CONCELHO DA RIBEIRA GRANDE

JOÃO AFONSO - SANTO ANTÃO (I)


Hoje em dia ninguém pode criticar, fazer reparos, muito menos escrever para um jornal qualquer , apresentando algum facto de interesse público, porque é logo apodado de político ou conotado com este ou aquele partido, consoante as conveniências.

Apesar disso e sem mais rodeios, irei directamente ao assunto. João Afonso é uma das zonas do Concelho da Ribeira Grande - Santo Antão, situada mesmo ao lado da Ribeira de Chã de Pedras. Esta é beneficiada com uma estrada, ainda bem, Graças à Deus, mas a do João Afonso foi interrompida no sitio chamado Chã de Coelho, nos tempos que já la vão (tempos dos Administradores, que sempre faziam qualquer coisa de âmbito social: chafarizes, escolas, estradas (caminhos), caminhos vicinais, etc., mas nem sempre do agrado das populações, que entretanto iam agradecendo o pouco que tinham feito. Como ia dizendo, a de João Afonso foi interrompida devido a problemas com alguns dos proprietários dessa zona, o que originou a transferência da verba para outra localidade denominada Ribeirão, que felizmente, também tinha necessidade na altura, para que parte desse dinheiro não fosse desperdiçada, e a de João Afonso ficou para trás. Têm tido promessa nesse sentido (continuação dessa estrada do sítio de Chã de Coelho à Chã de Machado), possivelmente. Mas se não fosse uma subida no sítio do Gonçalinho, tudo seria facilitado, uma vez que em certos lugares é só eliminar as cortinas e/ou vedações do caminho existente ou aumentar qualquer coisa em largura, já era o suficiente para ter um trilho para carrinhas. Segundo a opinião dos moradores, eles próprios poderiam construi-la através da Associação afecta a essa zona.

A referida zona é um potencial agrícola: produz quase tudo (café laranja , manga, goiaba, banana, cana de açúcar etc.,) e muitos desses produtos estragam-se por ser difícil o seu escoamento.

Só para exemplificar, o transporte de qualquer coisa até à estrada, custa cerca de 50 a 100$00 e muitas dessas mercadorias estragam-se durante o transporte. Segundo rumores, há um grupo de emigrantes dessa zona em Luxemburgo já solicitou um projecto para levar esse caminho até Fajã dos Bois e quiçá até Fajã dos Cumes. Mas até quando?, perguntam os moradores. Contudo, congratulam-se com algum desenvolvimento já efectivado tais como: electricidade e telefone, inaugurados nos finais da década 90, graças aos esforços da edilidade do Concelho da Ribeira Grande, Luxemburgo e outros intervenientes. Porém, quanto a estrada, é esperar para ver se é desta.

S. Vicente, 21 de Novembro de 2003
Daniel Miranda A. Gomes (Daniel Miranda)

Friday, July 27, 2007

RIBEIRA GRANDE-SANTO ANTÃO (V)

O DESENCRAVAMENTO DAS LOCALIDADES – SANTO ANTÃO
Por: Daniel Miranda


O desencravamento das localidades é uma das necessidades prioritárias, para o seu desenvolvimento. Já é tempo de se pensar em elaborar projectos para conclusão de certas vias. Não para o arranque imediato das mesmas, mas os referidos projectos poderão envolver vários sujeitos da sociedade civil, para ajudar as autoridades locais, na procura de financiamentos para a sua execução, porque o desenvolvimento local é a tarefa de todos e da comunidade no geral. Em Stº Antão, as vias de acesso, do Pinhão à Monte Joana, de João Afonso etc., merecem a conclusão, porque a não alargamento das mesmas, penaliza grandemente as populações mais desfavorecidas. No caso de João Afonso, devia-se aproveitar a oportunidade de estender a via de acesso, de Chã de Coelho pelo menos até Gonçalinho, embora pouca distância, dava um jeito, conforme palavras de um dos moradores, tendo apelado para união e sensibilidade de todos para com esses projectos de desenvolvimento local. Pois, é só arregaçar as mangas. Ainda o mesmo dizia que as vias de acesso não servem só para circular viaturas, mas também, para transportar doentes em melhores condições, facilitando a melhor prestação dos serviços de bombeiros para casos de incêndio, recolha de lixo na protecção do meio ambiente, redução de custos nos transportes de materiais para construção de habitação, escoamento dos produtos agrícolas, enfim, tudo isto, numa perspectiva de maior circulação de pessoas e bens. Actualmente, está-se a materializar um dos sonhos dessa população – a construção de um Centro Multiuso – em Gonçalinho, uma escola que se encontrava há vários anos abandonada em ruínas. Muitas pessoas se sentiam tristes ao vê-la no estado em que se encontrava, lembrando-se que ali muitos aprenderam a ler e a escrever. Mas os anseios dessa população não ficam por aqui, porque não existem actividades geradoras de rendimento e do emprego a sua disposição apesar de um pequeno grupo de pessoas que trabalham na associação e outras ficam sem emprego, excepto nos períodos da safra de cana sacarina que são de pouca duração - cerca quatro meses, e nos das chuvas - Agosto a Setembro. Essa actividade absorve mais os homens, enquanto que as mulheres ficam praticamente sem ocupação, ficando mais vulneráveis as problemáticas sociais. Nessas circunstâncias, indaga-se como combater à pobreza no campo e os males sociais, visto que não há alternativas para modernizar a agricultura como forma de proporcionar um desenvolvimento sustentado. O isolamento, têm provocado várias dificuldades na vida das pessoas, principalmente nas camadas mais jovens. O abandono escolar é bem marcante, porque poucos completam o ensino secundário, por falta de meios financeiros para custear as despesas de transportes e propinas, e outras dificuldades inerentes a esse isolamento, aumentando assim o desemprego, como referimos atrás, com maior incidência na camada feminina e consequentemente, o que estimula o êxodo rural, emigração para outras paragens da ilha, no país e emigração para o estrangeiro, devido a falta de alternativa, na sua zona de residência. Sobre este assunto, retomaremos o tema numa outra oportunidade.


S. Vicente ao 12 de Março de 2007
Daniel Miranda (miradaniel2003@yahoo.com.br).

RIBEIRA GRANDE-SANTO ANTÃO (lV)

ADIJA – ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DE JOÃO AFONSO – SANTO ANTÃO (IV)
Por Daniel Miranda

A Associação de Desenvolvimento Integrado de João Afonso (ADIJA), uma organização comunitária, criada em 2 de Abril de 2000, por um grupo de jovens no seio da população local, prosseguindo fins não lucrativos e independentemente de qualquer cor política ou confissão religiosa. De acordo com os seus Estatutos, aprovados pela Lei n.º 28/III/87, no Suplemento do B.O nº 52 de 31 Dezembro de 1987, essa associação cívica, que tem personalidade jurídica, envolve parcerias e participação comunitária.
Portanto, esse Grupo de Jovens, que quer pensar e quer desenvolver essa localidade, tem desenvolvido desde a sua criação, várias acções nomeadamente as que visam: criar o espírito de coesão, confiança e credibilidade junto de parceiros de desenvolvimento como, a Câmara Municipal da R.ª Grande, a Delegação do Ministério do Ambiente, Agricultura e Pescas, OADISA e CRP-AS.
Com a ajuda desses parceiros, vários projectos já se materializaram, cujos resultados estão à vista de todos. No domínio de saneamento, já se construíram 26 casas de banho, 12 habitações sociais; no âmbito do programa do meio Ambiente, construíram-se, diques de correcção torrencial, de levadas, plantação de 1.200 plantas frutícolas, 5.000 plantas florestais, para além de ter apoiado actividades desportivas e culturais, formação profissional, educação pré escolar, terceira idade, além de suportar custos de funerais a favor dos mais carenciados. Essa, associação é que tem garantido postos de trabalho nesse imenso vale, para o ganha pão de algumas famílias, através de acções de desenvolvimento local, levada a cabo desinteressadamente.
Contudo, desejamos que essas parcerias, continuem com maior intensidade para concretização dos projectos já traçados para ano 2005. Assim, no dia 14 do mês de Julho, deste ano, ao proceder-se, no acto de inauguração à entrega das chaves das habitações recém - construídas aos seus beneficiários. No decorrer do acto oficial que teve lugar na zona de Tchã Marintchinha, um dos moradores, ao ouvir os discursos das entidades, em particular do Presidente da Associação, que apontou algumas metas atingir por esse ano, disse em voz baixa, que vocês é que irão tirar o João Afonso do isolamento e pobreza a que está devotado, adiantando que como vem aí o período de campanha, em que normalmente, se fazem promessas de construção dessa estradinha, quanto mais não seja que se estende até Gonçalinho, que dava um jeitinho, porque o pobre consola com tudo que vier, porque ele não tem nada. Pois, sem a dita estrada não facilita o desenvolvimento de João Afonso. Ainda o mesmo enfatiza, que a nossa esperança está depositada em vocês e que a fé está em Deus, força rapazes!
Mas segundo consta, o caminho percorrido desde a sua implantação, não tem sido fácil, pois as necessidades locais são muitas e os desejos de desenvolver é cada vez maior.
É de frisar ainda que os carretos de materiais é muito expendioso, devido ao transporte, com grandes distâncias que separam certos locais, a onde termina a estrada. Mas essa Associação, se tiver continuidade de apoios, ambicionará levar avante os seus programas ambientais, construindo mais diques ou represas para beneficio das nascentes e o aumento da irrigação e retenção das enxurradas provocadas pelas chuvas, quando caem com abundância .
Assim, como podemos ver, é uma Associação dinâmica, até que nos leva a concluir, é uma das poucas associações que servem de exemplo de desenvolvimento local, sem esquecermos a de Ribeirão de Campo de Cão, ou outra associação de Santo Antão, de que poderemos falar, numa outra oportunidade.

S. Vicente 17 de Julho de 2005
miradaniel2003@yahoo.com.br - Daniel Miranda A. Gomes

RIBEIRA GRANDE-SANTO ANTÃO (lll)

JOÃO AFONSO STº ANTÃO (III)
Por Daniel Miranda


Às vezes, por falta de informação, as belíssimas panoramas do país ficam no anonimato. João Afonso - Stº Antão - é um dos exemplos. A sua paisagem deslumbrante, atrai qualquer visitante. Para além desse atractivo, João Afonso, possui aguas minerais. A água alcalina, que nasce em Ribeira de Dentro é uma delas. Nos anos sessenta, era transportada dessa localidade para Santa Barbara – Povoação, onde o Sr. Lela Lopes a engarrafava e comercializava, isso bem antes do inicio da importação de águas da Europa.
Também, há pessoas que dizem haver em João Afonso água férrea. no mesmo local. Se existissem via de acesso, - estradas - de certeza estimular-se-ia algum investidor em engarrafar a dita água, o que geraria emprego para algumas pessoas, dessa zona.
As localidades mais afastadas de João Afonso, onde termina a estrada (Chã de Coelho), são as mais produtivas: Fajã dos Cumes e a Fajã dos Bois. Com destaque para essa última, que parece uma pequena vila – jardim, num planalto. Ali produz café, goiaba, laranja, para além de outros produtos, dado ao micro clima existente. Mas toda a mercadoria é transportada durante mais de 2km por animais (burros, mulas) e/ou na cabeça das pessoas até Chã de Coelho.
As crianças dessas localidades, para frequentarem o Ensino Secundário, tem de percorrer quilómetros e mais quilómetros a pé para chegarem à Povoação - Vila da Ribeira Grande, pelo que são obrigadas a sair de casa cerca das 4horas de manhã e regressarem à casa as 16 horas. Todavia, esse tormento vai ser minimizado com a construção do Liceu em Coculí.
João Afonso carece de um serviço sanitário. O problema poderia ser resolvido com a formação e prestação de dois agentes sanitários dessa localidade. E, quiçá numa primeira fase, colocar-se-ia em regime de voluntário, de pessoas já formadas utilizando umas das salas da Escola do Gonçalinho ou noutro sítio que couber a decisão. Pois a Escola do Gonçalinho, em vez de estar abandonada à sua sorte, poderia ter uma utilização para servir melhor essa comunidade.
Em termos de espaço de lazer para jovens, e não só, existe um polivalente (ainda por concluir) situado em Manuel Ribeiro, o único espaço que permita ocupar os tempos livres, que está sendo utilizado com a prática de actividades desportivas, recreativas e culturais nessa zona, que fica à entrada de João Afonso.
Mas, todavia, os problemas e os avanços dessa localidade não ficam por aqui, conforme fiz referência em outras ocasiões. Numa próxima oportunidade falaremos mais dessa zona bonita de Santo Antão.

S. Vicente 03 de Janeiro de 2004
miradaniel2003@yahoo.com.br
Daniel Miranda A. Gomes