Friday, July 27, 2007

RIBEIRA GRANDE-SANTO ANTÃO (V)

O DESENCRAVAMENTO DAS LOCALIDADES – SANTO ANTÃO
Por: Daniel Miranda


O desencravamento das localidades é uma das necessidades prioritárias, para o seu desenvolvimento. Já é tempo de se pensar em elaborar projectos para conclusão de certas vias. Não para o arranque imediato das mesmas, mas os referidos projectos poderão envolver vários sujeitos da sociedade civil, para ajudar as autoridades locais, na procura de financiamentos para a sua execução, porque o desenvolvimento local é a tarefa de todos e da comunidade no geral. Em Stº Antão, as vias de acesso, do Pinhão à Monte Joana, de João Afonso etc., merecem a conclusão, porque a não alargamento das mesmas, penaliza grandemente as populações mais desfavorecidas. No caso de João Afonso, devia-se aproveitar a oportunidade de estender a via de acesso, de Chã de Coelho pelo menos até Gonçalinho, embora pouca distância, dava um jeito, conforme palavras de um dos moradores, tendo apelado para união e sensibilidade de todos para com esses projectos de desenvolvimento local. Pois, é só arregaçar as mangas. Ainda o mesmo dizia que as vias de acesso não servem só para circular viaturas, mas também, para transportar doentes em melhores condições, facilitando a melhor prestação dos serviços de bombeiros para casos de incêndio, recolha de lixo na protecção do meio ambiente, redução de custos nos transportes de materiais para construção de habitação, escoamento dos produtos agrícolas, enfim, tudo isto, numa perspectiva de maior circulação de pessoas e bens. Actualmente, está-se a materializar um dos sonhos dessa população – a construção de um Centro Multiuso – em Gonçalinho, uma escola que se encontrava há vários anos abandonada em ruínas. Muitas pessoas se sentiam tristes ao vê-la no estado em que se encontrava, lembrando-se que ali muitos aprenderam a ler e a escrever. Mas os anseios dessa população não ficam por aqui, porque não existem actividades geradoras de rendimento e do emprego a sua disposição apesar de um pequeno grupo de pessoas que trabalham na associação e outras ficam sem emprego, excepto nos períodos da safra de cana sacarina que são de pouca duração - cerca quatro meses, e nos das chuvas - Agosto a Setembro. Essa actividade absorve mais os homens, enquanto que as mulheres ficam praticamente sem ocupação, ficando mais vulneráveis as problemáticas sociais. Nessas circunstâncias, indaga-se como combater à pobreza no campo e os males sociais, visto que não há alternativas para modernizar a agricultura como forma de proporcionar um desenvolvimento sustentado. O isolamento, têm provocado várias dificuldades na vida das pessoas, principalmente nas camadas mais jovens. O abandono escolar é bem marcante, porque poucos completam o ensino secundário, por falta de meios financeiros para custear as despesas de transportes e propinas, e outras dificuldades inerentes a esse isolamento, aumentando assim o desemprego, como referimos atrás, com maior incidência na camada feminina e consequentemente, o que estimula o êxodo rural, emigração para outras paragens da ilha, no país e emigração para o estrangeiro, devido a falta de alternativa, na sua zona de residência. Sobre este assunto, retomaremos o tema numa outra oportunidade.


S. Vicente ao 12 de Março de 2007
Daniel Miranda (miradaniel2003@yahoo.com.br).

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